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Foram construídos milhares de abrigos antiaéreos. Cada família teve que construir algum tipo de proteção para se protegerem quando tocavam as sirenes que alertavam para a iminência de um ataque aéreo.
Haviam também abrigos públicos, muitos construídos pelo governo e outros eram edifícios reformados e adaptados para esse fim.
Nem todos os abrigos foram construídos da melhor maneira, e muitos desmoronaram quando uma bomba caia perto.
No entanto, muitos dos abrigos resistiram às bombas e permanecem ilesos ainda hoje.
O principal abrigo antiaéreo em Londres era a rede de túneis subterrâneos do metro. Devido à necessidade imposta pela guerra, foi preciso abrir estações fechadas e túneis.
A estação chamada Down Street, inaugurada em 1907, não costumava ser usada pelo público por ficar ao lado do Hyde Park, uma área onde viviam pessoas ricas e que este tipo de pessoas não usava o metro, por ser classificado como um transporte para uma classe "baixa".
Estação de metro "Down Street" |
Esta estação esteve fechada até que o Comité de Emergências Ferroviárias, no início da guerra mundial, começou a estudar os possíveis usos de túneis subterrâneos como refúgio.
Em 1939, uma estação abandonada era obviamente uma candidata para servir de abrigo em caso de bombardeamento. Esta estação e outras foram reforçadas com portas de aço, parapeitos de tijolos e sacos de areia, camadas de concreto armado sobre os túneis, etc.
No início da guerra, o Gabinete de Guerra de Churchill usou a estação da Down Street para as suas reuniões enquanto se construía um bunker adequado às suas atividades em Whitehall.
Foram adicionados casas-de-banho, centrais telefónicas, locais de descanso para quem trabalhava no local, vigilância, etc.
Mas todas as estações, de uma forma ou de outra, exceto aquelas de uso militar restrito, estavam condicionadas a receber refugiados no momento do bombardeamento.
Devido à sua extensão, a rede de túneis do metro era um local adequado para quem vivia na vizinhança e podia dormir com mais segurança e sem sobressaltos.
Mas não só em túneis de metro foram feitos abrigos. Até ao final de 1940, na Inglaterra foram construídos cerca de 14 mil abrigos em casamatas circulares (instalação fortificada e fechada e abobadada - de arquitetura militar), com aberturas, com o objetivo de instalar uma metralhadora e pequenas janelas para colocar cinco ou seis fuzis, ou seja eram construções defensivas projetadas para a defesa contra uma possível invasão alemã, mas tornaram-se abrigos antiaéreos para o uso público.
Uma casamata na Inglaterra |
Foram construídas de concreto tão bem projetado, tão forte, que quando muitos deles foram demolidos 50 anos depois, os trabalhadores levaram semanas para destruir as paredes grossas.
Muitas destas fortificações ainda estão de pé e são usados, atualmente, por empresas privadas e órgãos públicos, como lojas de materiais, como vídeos, filmes e documentos.
Várias destas casamatas foram construídas com acessos a uma série de túneis que foram inicialmente projetados para abrigar civis, mas o governo decidiu que era melhor usá-los para uso oficial para abrigar tropas ou como quartéis e escritórios para o alto comando militar.
Haviam ainda os "Abrigos de Anderson", criados pelo Sr. John Anderson, Ministro dos Assuntos Internos, estes abrigos podiam ser construídos com peças pré-fabricadas. Consistiam em chapas de ferro que serviam de fachada e parede traseira. As duas paredes foram montadas numa estrutura de ângulos de ferro e nela foram montadas três peças semicirculares, formando uma espécie de túnel.
Abrigo criado por John Anderson |
O conjunto foi enterrado a um metro de profundidade e depois coberto com pelo menos 30 a 50 cm de terra. A entrada foi protegida por um pedaço de armadura e estava abaixo do nível do jardim.
Quando começou a guerra, em 1939, estes abrigos foram distribuídos gratuitamente, foram entregues dois milhões e meio de abrigos.
Estes abrigos podiam abrigar seis pessoas, protegendo-as de tudo, exceto do impacto direto de uma bomba. O principal problema destes abrigos é que ficavam inundados com a chuva e, por isso, eram húmidos, frios e desconfortáveis para dormir lá.
Sabe-se que muitos não foram instalados adequadamente devido à falta de habilidade de construção por parte dos construtores e também devido à escassez de cimento para o seu reforço.
Estes abrigos deixaram de ser produzidos, em março de 1940, devido à escassez de ferro, optando pela construção de grandes abrigos comunitários que poderiam abrigar várias famílias.
Havia ainda a alternativa das trincheiras de refúgio, que começaram aparecer nos parques, assim que se deu a crise de Munique em 1938, e surgiu os rumores da guerra, aparecendo o pânico imediatamente após os bombardeamentos e os ataques de gás.
Estes abrigos foram construídos pelas autoridades locais dos distritos, fazendo escavações cobertas com placas de concreto ou aço. Estes abrigos não eram muito populares porque inundavam com facilidade e eram muito húmidos, para se passar lá várias horas ou dormir.
Depois haviam os Abrigos de Superfície, que eram abrigos de cimento e tijolo que era construídos no meio de cada quarteirão e podiam abrigar cerca de 50 pessoas. Mas devido à falta de cimento, muitos deles desmoronaram ao primeiro impacto de uma bomba nas proximidades. E devido ao tipo de construção usado, nenhum destes abrigos poderia suportar o impacto direto de uma bomba.
Nestes abrigos a ventilação não era adequada e as casas-de-banho desmoronavam e inundavam todo o abrigo com um cheiro insuportável.
No entanto, em algumas comunidades, os próprios habitantes melhoravam o abrigo, tornando-os em locais aceitáveis para a vida comunitária e dando-lhes uma utilização adequada para melhorar a educação das crianças através do entretenimento educativo.
Haviam os Abrigos Públicos, em que muitos locais públicos eram adaptados como abrigos, eram reconstruídos ou reforçados adequadamente para abrigar centenas de pessoas.
A maioria deles se tornaram armadilhas porque não tinham rotas de fuga suficientes e não podiam suportar o impacto direto de uma bomba. No entanto, estes foram a melhor alternativa para se abrigar quando alguém se encontrava no meio da rua quando soava o alarme antiaéreo. Com o passar dos meses também neste tipo de abrigo eram feitas melhorias para aumentar a segurança.
Para manter o conforto dos moradores nas suas casas, Herbert Morrison, sucessor do Ministro Anderson, projetou estruturas de aço na forma de uma mesa com arame nas laterais e em baixo.
Abrigo criado por Herbert Morrison |
Nestes abrigos colocava-se o colchão, almofadas e roupas de cama para dormir ou apenas a família se sentava no colchão. Estes abrigos tinham 50 cm de altura e até 1,50 m de largura, para abrigar até três colchões.
O problema destes abrigos com três colchões era que eles eram grandes demais para a maioria das casas. Era garantido que esses abrigos poderiam suportar os escombros de uma casa que seria derrubada por uma bomba, preservando a vida das pessoas que se protegiam neles.
Algumas pessoas reforçaram as paredes e telhados das cozinhas das suas casas com tijolos de concreto, o que lhes ofereceu uma zona de segurança para cobrir quando o alarme de ataque aéreo tocava.
Isto permitiu que as pessoas tivessem um lugar confortável, seco e protegido, durante as várias horas do alarme de bombardeamento.
MZ
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