sábado, 24 de abril de 2021

Os Maiores Genocídios da História - Parte 1

Este tema será dividido em quatro posts.

O genocídio é o assassinato de várias pessoas, geralmente motivados por diferenças étnicas, nacionais, religiosas ou sociopolíticas. O objetivo do genocídio é exterminar todos os indivíduos de determinado grupo.

Massacre de Nanquim

Imagens do Massacre de Nanquim

A 13 de dezembro de 1937, o exército chinês rendeu-se ao exército imperial japonês, que tinha invadido o país oito dias antes.

A rendição aconteceu em Nanquim, então a capital da China e deu-se um enorme massacre, também conhecido como "Violação de Nanquim".

O general japonês Asaka Yasuhiko ordenou a execução de todos os prisioneiros de guerra. Separaram civis, militares, homens e mulheres.
General Asaka Yasuhiko

Os militares prisioneiros foram mortos depois de torturados. Os oficiais foram enforcados, os soldados fuzilados e todos atirados para uma pedreira que se transformou numa cova coletiva.

Massacraram os civis na rua, alguns refugiaram-se em templos, mas foram apanhados mesmo assim.

Os japoneses penduravam as cabeças para não perderem a conta e atiravam corpos aos cães. Não se poupavam mulheres, crianças ou idosos.

O horror piorou com o comando do general Iwane Matsui. A decapitação tornou-se um desporto, via-se quem era mais rápido e mais preciso no corte. Contavam quem matava mais bebés e arrancava mais fetos da barriga das mães.
Iwane Matsui

As mulheres chinesas eram muitas vezes violadas até à morte. As que os soldados consideravam mais bonitas eram poupadas e enviadas para cerca de dois mil bordéis de escravas sexuais mantidos pelo exército imperial para diversão dos seus soldados. Eram chamadas pelos japoneses de "mulheres de conforto".

Este espetáculo dantesco durou seis semanas, no final 300 mil chineses tinham sido mortos e 100 mil chinesas violadas.

Em dois meses, poucos restaram de pé. Os japoneses ainda espancaram, afogaram, queimaram e fuzilaram os cidadãos. Enterraram crianças vivas.

Os japoneses nunca reconheceram o massacre de Nanquim e nos seus livros esta parte da história é ignorada ou contada como se nada demais tivesse acontecido.

Holocausto

Imagens do Holocausto

Foi o assassinato em massa de cerca de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, no maior genocídio do séc. XX, através de um programa sistemático de extermínio étnico patrocinado pelo Estado Nazi, liderado por Adolf Hitler.
Adolf Hitler

Este genocídio aconteceu em todo o Terceiro Reich e nos territórios ocupados pelas alemães durante a guerra.

Dos nove milhões de judeus que viviam na Europa antes do Holocausto, cerca de dois terços foram mortos - mais de um milhão de crianças, dois milhões de mulheres e três milhões de homens judeus foram mortos.

Mas é um erro pensarmos que só os judeus foram mortos pela ira Nazi, os ciganos, polacos, comunistas, homossexuais, prisioneiros de guerra soviéticos, Testemunhas de Jeová e deficientes físicos e mentais também foram perseguidos e mortos.

Uma rede de mais de 40 mil instalações na Alemanha e nos territórios ocupados pelos nazis foi utilizada para concentrar, manter, explorar e matar.

A perseguição e o genocídio foram realizados em etapas. Várias leis para excluir os judeus da sociedade civil foram decretadas na Alemanha antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial.

Depois foram criados os Campos de Concentração e os presos foram enviados para lá e foram submetidos a trabalho escravo até morrerem de exaustão ou por doença.

Confinaram judeus e ciganos em guetos superlotados, até serem transportados, através de vagões de carga, para os campos de extermínio, onde, se sobrevivessem à viagem, a maioria era sistematicamente morta nas câmaras de gás.
Câmara de gás do Campo de extermínio de Auschwitz

As consequências do Holocausto judeu tiveram um efeito profundo sobre a sociedade, tanto na Europa como no resto do mundo. O seu impacto pode ser sentido em discussões teológicas, atividades artísticas e culturais e decisões políticas.

O Holocausto é também tema de muitos filmes, incluindo os vencedores do prémio Oscar - "A Lista de Schindler", "O Pianista" e "A Vida é Bela".

Com o envelhecimento da população de sobreviventes do Holocausto, tem havido uma crescente atenção nos últimos anos para preservar a memória do genocídio. O resultado inclui grandes esforços para documentar as suas histórias, com o projeto "Survivors of the Shoah" e o documentário "Four Seasons", bem como instituições dedicadas à memória e ao estudo do Holocausto.

Em 2007, entrou em vigor uma lei sancionada pela União Europeia que pune com prisão quem negar o Holocausto.

A Organização das Nações Unidas homenageia as vítimas do Holocausto desde 2005, ao tornar o dia 27 de janeiro no Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, por ser o dia em que os prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz foram libertados.

Genocídio Cambodja

Na imagem pode-se ver os restos morais de algumas vítimas do Khmer Vermelh num memorial no noroeste do Cambodja - Fotografia de 1995

Este assassinato em massa aconteceu no Cambodja, em nome do regime do Khmer Vermelho, liderado por Pol Pot, entre 1975 e 1979.
Pol Pot

Com a instituição do governo comunista de Pol Pot, foi imposta uma utopia agrária que promoveu o despovoamento das cidades do país e obrigou a população a instalar-se em fazendas coletivas, onde devia trabalhar durante quase todo o dia.

Este governo também promoveu o isolamento total do Cambodja, com as fronteiras e embaixadas estrangeiras fechadas. Todos que soubessem falar algum idioma estrangeiro eram presos e poderiam ser mortos.

Pessoas que demonstrassem características de ocidentalização também eram presas, professores e estudantes universitários também era perseguidos.

Membros do governo que manifestassem discordância quanto às decisões tomadas por Pol Pot ou membros do partido que mantivessem contacto com o Partido Comunista Vietnamita eram presos.

No começo dos anos 1970, cerca de 900 membros do partido que possuíam laços com comunistas vietnamitas foram presos.

As minorias étnicas existentes no Cambodja fora alvo da repressão. Nesta altura, cerca de 15% da população pertencia a alguma minoria étnica, formada por vietnamitas, chineses e pelos cham.

O governo realizou a expulsão de mais de 100 mil vietnamitas do país e promoveu o que foi caracterizado com um sistemático genocídio racial - de 10 mil a 20 mil vietnamitas foram mortos, o que correspondia praticamente à totalidade das pessoas dessa etnia que tinham ficado no país.

Os chineses também foram perseguidos. Identificados como o estereótipo dos trabalhados urbanos pelo Khmer Vermelho, os chineses foram sujeitos a condições piores que o restante da população. Estima-se que mais de 200 mil chineses tenham morrido em consequência das péssimas condições  a que foram sujeitos.

Os cham, outra etnia, foram proibidos de utilizar os seus trajes tradicionais, falar o seu próprio dialeto e praticar a sua religião, que é o islamismo. Milícias atacavam sistematicamente aldeias habitadas pelos cham e promoveram a destruição de cerca de cem delas. Aproximadamente, cerca de 100 mil cham morreram.

Os budistas também não escaparam à perseguição, os mosteiros budistas foram fechados pelo governo, os seus monges foram presos e milhares foram mortos. A perseguição ao budismo fez com que, em 1977, já não existisse nenhum mosteiro em funcionamento no país. Outras religiões minoritárias também sofreram repressão.

A tirania imposta por Pol Pot encerrou em janeiro de 1979, quando o governo foi derrubado após o país ser invadido pelo exército vietnamita. Com o fim deste governo, foi possível precisar as consequências do mesmo no país. Estimativas apontam que 1,5 milhões de pessoas morreram.

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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