quinta-feira, 29 de abril de 2021

Os Maiores Genocídios da História - Parte 3

Este tema será dividido em quatro posts.

O genocídio é o assassinato de várias pessoas, geralmente motivados por diferenças étnicas, nacionais, religiosas ou sociopolíticas. O objetivo do genocídio é exterminar todos os indivíduos de determinado grupo.

Genocídio por Mao Tsé-Tung

Mao Tsé-Tung

A Era de Mao Tsé-Tung ou Era Maoísta durou desde a fundação da República Popular da China a 1 de outubro de 1949 até à subida de Deng Xiaoping ao poder em 1976.

No período entre 1949 e 1976 o governo da China teve como chefe Mao Tsé-Tung, que defendia uma visão revolucionária do comunismo, em que todos os aspetos da sociedade, cultura, economia e política deveriam estar a serviço de causas ideológicas.

Uma das principais políticas desde o início foi a reforma agrária, que envolveu a redistribuição de terras confiscadas dos maiores latifundiários. Também aconteceram reformas sociais como a nova lei do casamento, o que deu mais direitos para as mulheres. Também foram realizados planos para acabar com a prostituição e com a dependência do ópio.

Mao liderou a Revolução Cultural, que fez a China tornar-se num país comunista. A execução sistemática de inimigos foi uma das consequências da "limpeza" pela qual a China passou naquele período.

Apenas cinco anos depois de subir ao poder, quando sentiu que o fervor revolucionário na China, estava a diminuir, Mao proclamou a Revolução Cultural. Gangues de Guardas Vermelhos - homens e mulheres jovens entre os 14 e os 21 anos, percorriam as cidades perseguindo os inimigos do Estado, especialmente os professores.

Nos professores eram colocados chapéus de burro e tinham os seus rostos manchados com tinta. Eram forçados a gatinhar e a ladrar como cães. Alguns foram espancados até à morte.

Mao manteve a expansão do laogai, um sistema de mil campos de trabalhos forçados em toda a China. 20 milhões de pessoas terão morrido em resultado das condições de vida primitivas e dias de trabalho de 14 horas.
Imagem de um dos campos de trabalhos forçados

A mando de Mao Tsé-Tung, terão morrido mais de 77 milhões de pessoas - através de execuções, assassinatos e políticas económicas desastradas que mataram à fome parte da população.
Imagem da Grande Fome Chinesa, que aconteceu entre 1958 e 1961

Holodomor

Imagens do Holodomor

Também conhecido como "Holocausto Ucraniano". A palavra "Holodomor" é de origem ucraniana que significa "deixar morrer à fome".

Este genocídio foi causado por Josef Stalin, no comando da União Soviética, que devastou principalmente o território da República Socialista Soviética da Ucrânia, durante 1931 e 1933.
Josef Stalin

A atrocidade de Holodomor remonta às políticas económicas que Stalin passou a empregar assim que assumiu o poder, em 1928. Uma das medidas consistia em controlar a produção de cereais dos países da União Soviética por meio da "requisição compulsória", ou seja, era uma lei que obrigava os camponeses a fornecerem grande parte da sua produção para o Estado a baixos custos.

Nos anos seguintes, seguiu-se a política de coletivização forçada das propriedades agrícolas, cuja administração passou a ser completamente racionalizada pelo Estado soviético.

A Ucrânia foi o país da URSS que mais demonstrou resistência a tais medidas. A autonomia cultural ucraniana e a sua forte identidade nacional tornavam-se intolerável  aos objetivos dos soviéticos russos.

A recusa dos camponeses ucranianos de respeitar as medidas de coletivização forçada e requisição compulsória de cereais obrigou Stalin a impingir medidas ainda mais drásticas do que aquelas que foram executadas noutras regiões.

Stalin passou a fazer uma campanha antiucraniana com o objetivo de demonstrar o quão "nociva" era a postura desse país em relação aos objetivos comunistas.

Inicialmente, deu-se início a uma sistemática humilhação de intelectuais ucranianos, que foram submetidos a julgamentos e ridicularizações diversas.

A partir de 1929, deu-se início a uma ferrenha estipulação de metas de produção de cereais, destinados ao poder central soviético, que passaram a ser exigidas dos camponeses da Ucrânia.

A rigidez era tão grande que esses camponeses só conseguiram atender à procura se deixassem de consumir a sua parte do que era produzido, isto é, só se passassem fome, de facto. Tudo passou a ser propriedade do governo.

Muitas pessoas foram presas e condenadas a trabalhos forçados simplesmente por comerem batatas ou colherem espigas de milho para consumo.

Progressivamente, a morte foi se acentuando na Ucrânia. Entre 1931 e 1933, o número de mortos era tão grande que os cadáveres se espalharam pelas ruas e pelos campos.

Estima-se que o número de mortos nesses três anos tenha sido de cinco milhões. No entanto, se tivermos em conta os efeitos prolongados dessa política económica perversa e os ucranianos que foram levados para trabalhos forçados e morreram, esse número pode ser superior a 14 milhões.

Genocídio de Genghis Khan

Genghis Khan

Genghis Khan, nascido Temujin (1162-1227) nasceu na Mongólia e supõe-se que seja descendente de um líder mongol conhecido como Kabul Khan.

Na época do nascimento Genghis os mongóis estavam divididos em diversas tribos e clãs, cada uma governada por um clã ou "Senhor" que se impunha mais pela força do que pela ascendência nobre.

O seu pai terá sido morto por envenenamento por uma tribo rival quando ele tinha apenas nove anos. Então herdou a liderança de uma tribo pequena e vulnerável. Mesmo muito novo, soube usar a estratégia e procurou aliar-se a outros clãs, foi então que conheceu a sua mulher, Borte.

Os merkits, antigos inimigos do seu pai, invadiram e roubaram a sua tribo e raptaram a sua mulher. O líder mongol convocou os aliados e preparou a vingança. Massacrou a tribo Merkit e esta desapareceu por completo do mapa, recuperou a sua mulher e ganhou o respeito dos mongóis.

Genghis abandonou as tradições hierárquicas e adotou a meritocracia na distribuição de cargos, ou seja, era promovido quem ele achava merecedor, independentemente das origens da pessoa.

Em 1204, o desrespeito à tradição levou Genghis a enfrentar no campo de batalha um amigo de infância, Jamuka. Jamuka saiu derrotado e foi executado. Com o caminho livre, adotou o seu título "Genghis Khan" que significa "Senhor do Universo".

Então invadiu a China, o império mais poderoso da altura. Conforme avançava rumo à capital, Chongdu, deixava um rasto de chacina e violações. A cidade encontrava-se protegida por muralhas, mas não estava totalmente protegida. Os mongóis então intercetaram a entrada de alimentos, levando à morte de milhares de pessoas de fome. Depois usaram civis como escudos humanos. Quando finalmente invadiram a cidade, atearam fogo, roubaram e destruíram tudo e todos num mês.

Inicialmente Gengis queria conquistar o mundo pelo comércio e não pela guerra. Enviou embaixadores ao império Corásmio, potência da Ásia Central, mas os corásmios não queriam negociações e enviaram de volta a cabeça de um dos representantes, em 1218.

Então Genghis cavalgou com 200 mil homens para enfrentar o império Corásmio. Foi tanta confusão, tanto sangue, que para evitar que os vivos se escondessem nas pilhas de mortos, os mongóis decapitavam o corpo e fincavam a cabeça em estacas. No final o império Corásmio acabou incorporado no mongol.

Voltou à China, onde queria conquistar novos reinos. Nessa viagem, em 1227, Genghis faleceu, possivelmente de queda de cavalo, malária ou uma flecha no joelho.
Império Mongol

Foi sucedido pelo seu filho Ogodei que chegou à Europa e conquistou regiões onde é hoje a Rússia, Polónia, Hungria e Ucrânia.

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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