sexta-feira, 30 de abril de 2021

Os Maiores Genocídios da História - Parte 4

Este tema será dividido em quatro posts.

O genocídio é o assassinato de várias pessoas, geralmente motivados por diferenças étnicas, nacionais, religiosas ou sociopolíticas. O objetivo do genocídio é exterminar todos os indivíduos de determinado grupo.

Genocídio Anfal

Imagens do Genocídio Anfal

A Operação Anfal foi uma campanha de genocídio contra o povo curdo no Curdistão Iraquiano, liderado pelo regime iraquiano de Saddam Hussein e dirigido por Ali Hassan al-Majid (primo de Saddam).
Saddam Hussein (esquerda) e Ali Hassan al-Majid (direita)

A campanha leva o nome de Sura al-Anfal, no Alcorão, que foi usado como um nome de código pelo ex-regime iraquiano de Baath para uma série de ataques contra os rebeldes peshmerga e a população civil maioritariamente curda das cozas rurais do norte do Iraque, realizada entre 1986 e 1989.

Esta perseguição também foi feita aos shabaks e yazidis, assírios e os turcomanos iraquianos e muitas aldeias pertencentes a estes grupos étnicos foram destruídas.

Famílias curdas e assírias ficaram sem casas depois de terem sido expulsas à força por soldados de Saddam e devido a isso tiveram que migrar para campos de refugiados.

As casas destas famílias foram entregues aos trabalhadores árabes dos campos de petróleo, bem como a outras pessoas não-curdas que Saddam deslocou do sul do Iraque para a cidade.

A campanha de Anfal incluiu o uso de ofensivas terrestres, bombardeamentos, destruição sistemática de povoados, deportações em massa, pelotões de fuzilamento e, guerra química, o que valeu o apelido de al-Majid, de "Ali Químico".

Milhares de civis foram mortos durante as campanhas. Fontes independentes estimam de 100 mil para mais de 150 mil mortes e cerca de 100 mil viúvas e um número ainda maior de órfãos.

A Amnistia Internacional recolheu os nomes de mais de 17 mil pessoas que tinham "desaparecido" durante 1988.

Massacre de Srebrenica

Massacre de Srebrenica

Foi o assassinato de 11 a 25 de julho de 1995 de até 8373 bósnios muçulmanos, na região de Srebrenica, pelo Exército Bósnio da Sérvia, sob o comando do General Ratko Mladic e com a participação de uma unidade paramilitar sérvia conhecida como "Escorpiões".
General Ratko Mladic

Este é um acontecimento mais terríveis da história recente, é o maior genocídio da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

As tropas sérvias invadiram Srebrenica e a população local procurou abrigo num complexo da ONU. No entanto, dois dias depois, as forças neerlandesas da missão da paz da ONU, que estavam em menor número e não tiveram resposta quando pediram reforço a ONU, em Genebra, cederam às pressões das tropas de Mladic e forçaram milhares de famílias muçulmanas a deixar o local.

Os invasores sérvios, então, organizaram os muçulmanos por género e enviaram os homens para a execução. Cerca de 8 mil homens e meninos muçulmanos foram mortos.

Houve denúncias de violações, seguidos de assassinatos, de mulheres e crianças.

Os homens executados foram enterrados em valas comuns, centenas de homens foram enterrados vivos, homens e mulheres foram mutilados e massacrados, crianças foram mortas diante das mães.

As forças sérvias pretendiam o extermínio dos 40 mil bósnios que viviam em Srebrenica, um grupo emblemático dos bósnios em geral. Os sérvios não aceitam a acusação de genocídio e afirmam que, no mesmo período, houve também, na região de Srebrenica, milhares de vítimas sérvias que são sistematicamente ignoradas pela comunidade internacional.

Genocídio em Timor-Leste

Imagens do Massacre de Santa Cruz, um dos atos terríveis cometidos pela força indonésia sobre os timorenses

A Indonésia ocupou o atual território do Estado de Timor-Leste de dezembro de 1975 a outubro de 1999.

Após séculos de domínio colonial português na parte oriental da ilha de Timor, um golpe de Estado em Portugal, em 1975, levou à descolonização entre as suas ex-colónias, criando instabilidade no território e deixou o seu futuro incerto.

Depois de uma guerra civil, a FRETILIN, pró-independência, reclama a vitória na capital Díli e declara Timor-Leste independente, a 28 de novembro de 1975.

As forças militares indonésias, do regime de Suharto, invadiram a parte oriental da ilha a 7 de dezembro de 1975, sob a alegação de que a FRETILIN reprimia os comunistas locais e atendendo ao pedido do povo de integração à Indonésia.
Suharto, Presidente da Indonésia de 1967 a 1998

No ano seguinte, Timor Leste é declarada a 27.ª província da Indonésia, um estatuto que nunca foi reconhecido pelas Nações Unidas.

Desde o início, as forças indonésias mostraram-se extremamente violentas na sua relação com a população local, procurando dominá-la através do terror.

Logo na ocupação os militares exterminaram boa parte dos timorenses.

Com o tempo e com a impotência de Portugal dos seus fracos protestos às Nações Unidas, a ocupação persistiu, e com ela, uma resistência, que mesmo violentamente reprimida, insistiu em continuar. Cada investida ou protesto de natureza separatista seria seguida de violenta repressão.

Muitos timorenses sentiam-se oprimidos e foram mortos por questões políticas. Desde então, a resistência timorense combateu o exército indonésio.

Em outubro de 1991 uma delegação com membros do Parlamento Português e 12 jornalistas planearam visitar o território durante a visita do Representante Especial das Nações Unidas para os Direitos Humanos e Tortura, Pieter Kooijmans.

Mas o governo indonésio não deixou que uma jornalista australiana, Jill Jolliffe, que apoiava o movimento independentista FRETILIN fosse lá, então Portugal, consequentemente, cancelou a ida da delegação.

O cancelamento desmoralizou os ativistas independentistas em Timor Leste, que esperavam usar esta visita para melhorar a visibilidade internacional para a sua causa.

As tensões aumentaram entre as autoridades indonésias e a juventude timorense após o cancelamento da visita dos deputados de Portugal.

Então o confronto deu-se entre os ativistas pró-integração e os ativistas independentistas que estavam na Igreja, quando este acabou, um homem de cada lado estava morto.

Sebastião Gomes, um apoiante da independência de Timor Leste, foi retirado da Igreja e abatido pela tropa indonésia e o integracionista Afonso Henriques foi atingido e morto durante a luta.

A 12 de novembro de 1991, mais de duas mil pessoas marcharam desde a igreja onde se celebrou uma missa em memória de Sebastião Gomes até ao cemitério de Santa Cruz, onde foi enterrado.

Deu-se, então, o Massacre de Santa Cruz, que foi quando o exército indonésio abriu fogo sobre a população, matando 271 pessoas no local e com 127 a morreram, dos ferimentos, nos dias seguintes.

Manifestantes foram presos e só libertados em 1999, na altura do referendo pela independência.

Este massacre foi filmado pelo repórter de imagem Max Stahl, que deu assim uma grande ajuda a dar a conhecer ao mundo que se tinha passado em Díli. Os acontecimentos foram condenados internacionalmente e chamaram atenção para a causa dos timorenses.

Depois deste massacre, quase todos os países passaram a apoiar Timor-Leste e reconheceram o direito da sua população determinar se Timor-Leste deveria ser ou não independente, o que veio acontecer com o referendo oito anos depois, a 30 de agosto de 1999.

Estima-se que o controlo indonésio tenha feito no mínimo de 90 mil a 220 mil mortes, entre 1975 e 1999, resultado das ações militares em combates diretos, tortura, além da fome e doenças causadas pelos explosivos e agentes químicos utilizados pelos indonésios.

Após a renúncia de Suharto em 1998, o governo indonésio cederia o controlo de Timor Leste no ano seguinte, após um referendo para a independência, onde 80% dos timorenses confirmaram o desejo de se separar da Indonésia.


MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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