sábado, 18 de julho de 2020

Assassina Brigitte Mohnhaupt

Brigitte Mohnhaupt
Fonte: Pinterest
Brigitte Margret Ida Mohnhaupt nasceu em Rheinberg, a 24 de junho de 1949, na Alemanha.

Conclui os seus estudos secundários na cidade de Bruchsal e depois estudou Filosofia na Universidade de Munique.

Casou-se aos 19 anos mas separou-se pouco tempo depois.

Em Munique, entregou-se às comunas locais de estudantes onde conheceu figuras centrais do movimento estudantil alemão dos anos 60.

Em 1969, participou em manifestações contra a Guerra do Vietname no Centro Cultural dos Estados Unidos.

Originalmente uma participante do SPK (PT: Coletivo de Pacientes Socialistas) - um grupo de esquerda de protesto e luta contra a classe médica alemã, que consideravam "inimigos" dos pacientes, usando a medicina e a psiquiatria apenas como maneira de obter lucro e provocar sofrimento nos seus pacientes.

Era influenciada pelas teorias de Che Guevara e pelo livro Minimanual do Guerrilheiro Urbano, do líder comunista brasileiro Carlos Marighella.

Entrou para a Fração do Exército Vermelho em 1971, após a dissolução do SPK onde assumiu funções de liderança após a prisão dos seus fundadores, em 1972, no campo da logística, organização e armamento.

A 9 de junho de 1972, foi presa em Berlim por ligações com a RAF, falsificação de documentos e porte ilegal de armas, sendo condenada a cinco anos de prisão.

Libertada em janeiro de 1977, entrou logo para a clandestinidade e continuou o seu trabalho na organização, reestruturada após a prisão dos fundadores pelo advogado simpatizante Siegfried Haag, preso no ano anterior.

O grupo formou uma fação que iniciou uma série de atentados num período que ficaria conhecido como Outono Alemão, e que incluíram o sequestro e assassinato do presidente do Dresdner Bank Jürgen Ponto, do presidente da Federação dos Empregadores da Alemanha Hanns-Martin Schleyer, do procurador-geral da República Siegfried Buback e o planeamento do sequestro de um avião da Lufthansa por palestinianos para troca dos passageiros reféns pelos presos.
Presidente do Dresdner Bank, Jürgen Ponto
Fonte: Welt
Presidente da Federação dos Empregadores, Hanns-Martin Schleyer durante o sequestro
Fonte: Getty Images
Procurador-geral da República, Siegfried Buback
Fonte: Wikipédia
Tudo isto num curto tempo de cerca de 50 dias, em setembro e outubro de 1977, que levou o país à maior crise política e institucional do pós-guerra.

Brigitte era procurada em toda a Alemanha Ocidental e considerada a mulher mais perigosa do país, conseguiu fugir e, em novembro de 1978, Brigitte e mais três membros da RAF foram presos na Jugoslávia.

Como o governo alemão recusou-se a trocar os quatro por oito fugitivos políticos croatas exilados n país, foram colocados em liberdade pelo governo de Tito e Brigitte desapareceu.

Voltou novamente aos jornais em setembro de 1981, quando participou numa tentativa de assassinato de um general norte-americano comandante da OTAN, com um disparo de um míssil antitanque por um comando terrorista contra a limusina blindada do oficial, em Heidelberg.

A 11 de fevereiro de 1982, Brigitte foi capturada junto com a companheira Adelheid Schultz num bosque perto de Frankfurt, onde a RAF tinha um depósito escondido de armas, por homens do GSG 9, um grupo anti-terrorismo do governo alemão.

Foi julgada e condenada a cinco penas de prisão perpétua, com um tempo mínimo de 24 anos de prisão antes de qualquer pedido de liberdade condicional. O tribunal considerou-a uma figura de liderança da RAF mas não pôde determinar exatamente qual teria sido o seu papel nos assassinatos e atentados.

Após a sua condenação, declarou na corte que as ações da organização iriam continuar. A sua prisão terminou com a RAF, pois ela significava para essa geração o que Andreas Baader, Gudrum Ensslin e Ulrike Meinhof tinham significado para a anterior. O grupo ainda teria uma terceira geração de terroristas, embora menos letal que a liderada por Brigitte.

Brigitte foi libertada a 25 de março de 2007, aos 57 anos, após cumprir 25 anos de prisão. A sua libertação provocou debates em todo o país. Vários políticos eram a favor de clemência para Brigitte e Christian Klar, co-líder da RAF na altura.

O antigo ministro da Justiça do país tinha pedido uma segunda oportunidade para eles em público, outros declaravam que já tinham pago pelos seus crimes. Um membro do Partido Verde declarou que eles estavam presos há mais tempo que "qualquer criminoso nazi".

Por outro lado, o presidente do sindicato de policias, que viu dez dos seus homens serem portos pela organização de Brigitte e o ministro do Interior da Bavária, eram contra a sua libertação.

No entanto, o ministro do Interior da época dos atentados do Outono Alemão, Gerhart Baum, colocou-se a favor da liberdade condicional de Brigitte, dizendo que ela não estava a ser tratada de modo diferente de nenhum outro condenado na Alemanha, sendo elegível por bom comportamento para condicional, após o tempo mínimo de 24 horas estipulado na sentença.

Fontes da imprensa afirmaram que mantê-la presa apenas significaria que o governo estava a confirmar o ponto de vista dos terroristas, que sempre se autodenominaram como "presos políticos".

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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