quinta-feira, 26 de abril de 2018

Portuguesas Rainhas no Estrangeiro

No post de hoje iremos falar de princesas portuguesas que se tornaram rainhas no estrangeiro.

D. Berengária
D. Berengária, Rainha da Dinamarca
Nascida em 1196/98.
Filha de D. Sancho I e de D. Dulce de Aragão.
Teria uma irmã gémea e nunca terá conhecido a mãe, que morreu no parto.
Casou-se com Valdemar II da Dinamarca, tornando-se Rainha da Dinamarca, seria a segunda esposa de Valdemar, a união terá sido ou a 18 a 24 de maio de 1214.
Berengária encontrou no povo alguma resistência quanto à sua aceitação enquanto rainha, uma vez que a primeira mulher de Valdemar fora muito popular, era loura e com traços físicos nórdicos, aos quais o povo estava mais acostumado. Berengária surge assim com uma beleza de olhos e cabelos escuros.
O casamento coincidiu com uma altura de problemas económicos na Dinamarca, em que o povo foi sobrecarregado com impostos. Beregária teria sido injustamente acusada de causar a ruína do reino pelos seus gastos, embora uma grande parte destes impostos fossem investidos na guerra e não na rainha.
D. Valdemar II da Dinamarca
Do casamento nasceram três rapazes e uma rapariga.
Beregária faleceu no parto, a 27 de março de 1221. Foi enterrada em Ringsted.
Madeixas de Berengária conservadas na Igreja de St. Bendt em Ringsted

D. Leonor
D. Leonor, Rainha de Dinamarca
Nascida em 1211.
Filha de D. Afonso II e de D. Urraca de Castela.
Casou-se com Valdemar, o Jovem, filho mais velho de Valdemar II e seu co-regente, tornando D. Leonor rainha consorte daquele reino, o casamento foi em 1229.
Faleceu no parto em 1231, cujo o bebé não sobreviveu, não dando descendentes.

D. Isabel
D. Isabel, Imperatriz Romano-Germânica
Nascida em Lisboa, a 24 de outubro de 1503.
Filha de D. Manuel I e de D. Maria.
Tinha cabelos loiros arruivados e olhos claros, D. Isabel foi conhecida como "a mulher mais bela do seu tempo". Era uma mulher muito culta, tinha uma vasta e completa biblioteca, composta por obras de cariz espiritual, destinadas à oração e ao enriquecimento pessoal, bem como obras mais mundanas que eram do gosto de D. Isabel, nomeadamente sobre cavalaria.
O seu casamento foi negociado pelo seu pai, que morreu antes de o concluir. A 6 de outubro de 1525 firmou-se em Torres Novas o contrato. A noiva levou um dote de 900 mil cruzados portugueses ou dobras castelhanas.
Casou-se em Almeirim por procuração, a 1 de novembro de 1525, com o seu primo Carlos, representado pelo embaixador Carlos Popeto e partiu em janeiro de 1526 rumo a Elvas com grande e rica comitiva.
O casamento com D. Carlos V terá sido um casamento feliz, já que os noivos se apaixonaram e se isolaram do mundo prolongando uma lua-de-mel que não parecia querer acabar.
Deste casamento nasceram cinco filhos e um bebé nasceu morto.
Carlos V, Imperador Romano-Germânico
Faleceu em consequência do seu último parto, o qual o bebé nasceu morto a 21 de abril. D. Isabel ficou frágil com febre e com uma enorme hemorragia, a febre só acalmou a 29 de abril, prevendo a morte, D. Isabel confessou-se e recebeu a extrema-unção.
Morreria a 1 de maio de 1539. O seu marido sofreu muito com a sua morte, o homem mais poderoso da época não teve coragem de participar no seu cortejo fúnebre, tendo se recolhido num mosteiro, onde ficou horas a sofrer e a contemplar o retrato da sua mulher. Nunca mais voltaria a casar-se e passaria o resto da sua vida a vestir apenas a cor negra, demonstrando o seu eterno luto.
D. Isabel foi sepultada em Granada, em Espanha.

D. Catarina de Bragança
D. Catarina de Bragança, Rainha de Inglaterra
Nascida em Vila Viçosa, a 25 de novembro de 1638.
Filha de D. João IV e de D. Luísa de Gusmão.
Dois anos depois de subir ao trono, D. João IV quis fortalecer a soberania e a independência, para isso procurava alianças, uma forma de o fazer era o de casar os filhos com príncipes e princesas estrangeiros. D. Catarina não tinha sequer oito anos e já se tinha ideias de casamento com D. João d'Áustria, ou com o Duque de Beaufort, mas as negociações ficaram sem resultado.
Foi mais tarde escolhido o seu futuro marido, que seria D. Carlos II de Inglaterra.
A 18 de agosto de 1661 a rainha declarou o contrato nupcial aprovado pelo Conselho de Estado. Seguiu-se um contrato de paz.
A 28 de abril de 1662 recebeu-se em Lisboa a notícia da realização do contrato, e pouco depois chegou a armada inglesa, que devia conduzir a nova rainha.
A armada chegou a Portsmouth a 14 de maio de 1662 e ali a esperava o Duque de York, irmão de D. Carlos II. A rainha, encontrava-se um pouco indisposta e ficou alguns dias na cidade.
Depois da sua chegada casou-se em duas cerimónias, uma católica em segredo e uma anglicana em público, no dia 21 de maio.
D. Carlos II de Espanha
D. Catarina não foi uma rainha popular por ser católica, o que a impediu de ser coroada. Deixou à Inglaterra a geleia de laranja, o hábito de beber chá, além de ter introduzido o uso dos talheres e do tabaco.
Nunca deu à luz, apesar de ter estado grávida várias vezes, a última das quais em 1669. A sua posição era difícil já que o seu marido continuava a ter filhos com as suas amantes, mas insistia em que ela fosse tratada com respeito e recusou-se divorciar.
Quando ficou viúva a 16 de fevereiro de 1685, D. Catarina permaneceu em Inglaterra durante o reinado do cunhado, D. Jaime II, e regressou a Portugal no reinado conjunto de Guilherme III e D. Maria II, depois da Revolução Gloriosa, instalando-se no Palácio da Bemposta.
Faleceu em Lisboa a 31 de dezembro de 1705, foi sepultada no Convento de Belém ou na Igreja dos Jerónimos, o seu corpo foi transladado para o Panteão dos Braganças em São Vicente de Fora.

D. Maria Isabel
D. Maria Isabel, Rainha de Espanha
O seu nome completo era Maria Isabel Francisca de Assis Antónia Carlota Joana Josefa Xavier de Paula Micaela Rafaela Isabel Gonzaga de Bragança e Bourbon.
Nascida em Queluz, a 19 de maio de 1797.
Filha de D. João VI e de D. Carlota Joaquina.
Tinha apenas 10 anos quando o exército francês do Imperador Napoleão Bonaparte invadiu Portugal e toda a família real portuguesa fugiu de Lisboa. A corte mudou-se para o Rio de Janeiro, então capitão do Brasil, a maior e mais rica colónia de Portugal.
Casou-se a 29 de setembro de 1816, em Madrid, com D. Fernando VII da Espanha. Este casamento tinha como objetivo reforçar as relações entre Espanha e França.
Deste casamento nasceram duas filhas.
D. Fernando VII de Espanha
D. Maria Isabel em dezembro de 1818, durante um parto difícil e prolongado, já bastante debilitada pelo seu esforço, teve um ataque de epilepsia entrando em coma. Este facto não foi percebido pelos médicos da corte, que na ânsia de salvarem o bebé fizeram uma cesariana desastrosa. A rainha ficou luzida e gritava de dores, tanto D. Maria Isabel como a criança morreram em poucas horas.
Ainda hoje D. Maria Isabel é recordada como "a rainha que morreu duas vezes". O seu corpo encontra-se sepultado no Mosteiro do Escorial, perto de Madrid.
D. Maria Isabel destacou-se pela sua cultura e gosto pela arte. Foi dela que partiu a iniciativa de reunir obras de arte dos monarcas espanhóis para criar um museu real, o que viria a ser o Museu do Prado, inaugurado a 19 de novembro de 1819, um ano após a sua morte.

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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