No post de hoje iremos falar de princesas portuguesas que se tornaram rainhas no estrangeiro.
D. Berengária
Nascida em 1196/98.
Filha de D. Sancho I e de D. Dulce de Aragão.
Teria uma irmã gémea e nunca terá conhecido a mãe, que morreu no parto.
Casou-se com Valdemar II da Dinamarca, tornando-se Rainha da Dinamarca, seria a segunda esposa de Valdemar, a união terá sido ou a 18 a 24 de maio de 1214.
Berengária encontrou no povo alguma resistência quanto à sua aceitação enquanto rainha, uma vez que a primeira mulher de Valdemar fora muito popular, era loura e com traços físicos nórdicos, aos quais o povo estava mais acostumado. Berengária surge assim com uma beleza de olhos e cabelos escuros.
O casamento coincidiu com uma altura de problemas económicos na Dinamarca, em que o povo foi sobrecarregado com impostos. Beregária teria sido injustamente acusada de causar a ruína do reino pelos seus gastos, embora uma grande parte destes impostos fossem investidos na guerra e não na rainha.
Do casamento nasceram três rapazes e uma rapariga.
Beregária faleceu no parto, a 27 de março de 1221. Foi enterrada em Ringsted.
D. Leonor
Nascida em 1211.
Filha de D. Afonso II e de D. Urraca de Castela.
Casou-se com Valdemar, o Jovem, filho mais velho de Valdemar II e seu co-regente, tornando D. Leonor rainha consorte daquele reino, o casamento foi em 1229.
Faleceu no parto em 1231, cujo o bebé não sobreviveu, não dando descendentes.
D. Isabel
Nascida em Lisboa, a 24 de outubro de 1503.
Filha de D. Manuel I e de D. Maria.
Tinha cabelos loiros arruivados e olhos claros, D. Isabel foi conhecida como "a mulher mais bela do seu tempo". Era uma mulher muito culta, tinha uma vasta e completa biblioteca, composta por obras de cariz espiritual, destinadas à oração e ao enriquecimento pessoal, bem como obras mais mundanas que eram do gosto de D. Isabel, nomeadamente sobre cavalaria.
O seu casamento foi negociado pelo seu pai, que morreu antes de o concluir. A 6 de outubro de 1525 firmou-se em Torres Novas o contrato. A noiva levou um dote de 900 mil cruzados portugueses ou dobras castelhanas.
Casou-se em Almeirim por procuração, a 1 de novembro de 1525, com o seu primo Carlos, representado pelo embaixador Carlos Popeto e partiu em janeiro de 1526 rumo a Elvas com grande e rica comitiva.
O casamento com D. Carlos V terá sido um casamento feliz, já que os noivos se apaixonaram e se isolaram do mundo prolongando uma lua-de-mel que não parecia querer acabar.
Deste casamento nasceram cinco filhos e um bebé nasceu morto.
Faleceu em consequência do seu último parto, o qual o bebé nasceu morto a 21 de abril. D. Isabel ficou frágil com febre e com uma enorme hemorragia, a febre só acalmou a 29 de abril, prevendo a morte, D. Isabel confessou-se e recebeu a extrema-unção.
Morreria a 1 de maio de 1539. O seu marido sofreu muito com a sua morte, o homem mais poderoso da época não teve coragem de participar no seu cortejo fúnebre, tendo se recolhido num mosteiro, onde ficou horas a sofrer e a contemplar o retrato da sua mulher. Nunca mais voltaria a casar-se e passaria o resto da sua vida a vestir apenas a cor negra, demonstrando o seu eterno luto.
D. Isabel foi sepultada em Granada, em Espanha.
D. Catarina de Bragança
Nascida em Vila Viçosa, a 25 de novembro de 1638.
Filha de D. João IV e de D. Luísa de Gusmão.
Dois anos depois de subir ao trono, D. João IV quis fortalecer a soberania e a independência, para isso procurava alianças, uma forma de o fazer era o de casar os filhos com príncipes e princesas estrangeiros. D. Catarina não tinha sequer oito anos e já se tinha ideias de casamento com D. João d'Áustria, ou com o Duque de Beaufort, mas as negociações ficaram sem resultado.
Foi mais tarde escolhido o seu futuro marido, que seria D. Carlos II de Inglaterra.
A 18 de agosto de 1661 a rainha declarou o contrato nupcial aprovado pelo Conselho de Estado. Seguiu-se um contrato de paz.
A 28 de abril de 1662 recebeu-se em Lisboa a notícia da realização do contrato, e pouco depois chegou a armada inglesa, que devia conduzir a nova rainha.
A armada chegou a Portsmouth a 14 de maio de 1662 e ali a esperava o Duque de York, irmão de D. Carlos II. A rainha, encontrava-se um pouco indisposta e ficou alguns dias na cidade.
Depois da sua chegada casou-se em duas cerimónias, uma católica em segredo e uma anglicana em público, no dia 21 de maio.
D. Catarina não foi uma rainha popular por ser católica, o que a impediu de ser coroada. Deixou à Inglaterra a geleia de laranja, o hábito de beber chá, além de ter introduzido o uso dos talheres e do tabaco.
Nunca deu à luz, apesar de ter estado grávida várias vezes, a última das quais em 1669. A sua posição era difícil já que o seu marido continuava a ter filhos com as suas amantes, mas insistia em que ela fosse tratada com respeito e recusou-se divorciar.
Quando ficou viúva a 16 de fevereiro de 1685, D. Catarina permaneceu em Inglaterra durante o reinado do cunhado, D. Jaime II, e regressou a Portugal no reinado conjunto de Guilherme III e D. Maria II, depois da Revolução Gloriosa, instalando-se no Palácio da Bemposta.
Faleceu em Lisboa a 31 de dezembro de 1705, foi sepultada no Convento de Belém ou na Igreja dos Jerónimos, o seu corpo foi transladado para o Panteão dos Braganças em São Vicente de Fora.
D. Maria Isabel
O seu nome completo era Maria Isabel Francisca de Assis Antónia Carlota Joana Josefa Xavier de Paula Micaela Rafaela Isabel Gonzaga de Bragança e Bourbon.
Nascida em Queluz, a 19 de maio de 1797.
Filha de D. João VI e de D. Carlota Joaquina.
Tinha apenas 10 anos quando o exército francês do Imperador Napoleão Bonaparte invadiu Portugal e toda a família real portuguesa fugiu de Lisboa. A corte mudou-se para o Rio de Janeiro, então capitão do Brasil, a maior e mais rica colónia de Portugal.
Casou-se a 29 de setembro de 1816, em Madrid, com D. Fernando VII da Espanha. Este casamento tinha como objetivo reforçar as relações entre Espanha e França.
Deste casamento nasceram duas filhas.
D. Maria Isabel em dezembro de 1818, durante um parto difícil e prolongado, já bastante debilitada pelo seu esforço, teve um ataque de epilepsia entrando em coma. Este facto não foi percebido pelos médicos da corte, que na ânsia de salvarem o bebé fizeram uma cesariana desastrosa. A rainha ficou luzida e gritava de dores, tanto D. Maria Isabel como a criança morreram em poucas horas.
Ainda hoje D. Maria Isabel é recordada como "a rainha que morreu duas vezes". O seu corpo encontra-se sepultado no Mosteiro do Escorial, perto de Madrid.
D. Maria Isabel destacou-se pela sua cultura e gosto pela arte. Foi dela que partiu a iniciativa de reunir obras de arte dos monarcas espanhóis para criar um museu real, o que viria a ser o Museu do Prado, inaugurado a 19 de novembro de 1819, um ano após a sua morte.
D. Berengária
D. Berengária, Rainha da Dinamarca |
Filha de D. Sancho I e de D. Dulce de Aragão.
Teria uma irmã gémea e nunca terá conhecido a mãe, que morreu no parto.
Casou-se com Valdemar II da Dinamarca, tornando-se Rainha da Dinamarca, seria a segunda esposa de Valdemar, a união terá sido ou a 18 a 24 de maio de 1214.
Berengária encontrou no povo alguma resistência quanto à sua aceitação enquanto rainha, uma vez que a primeira mulher de Valdemar fora muito popular, era loura e com traços físicos nórdicos, aos quais o povo estava mais acostumado. Berengária surge assim com uma beleza de olhos e cabelos escuros.
O casamento coincidiu com uma altura de problemas económicos na Dinamarca, em que o povo foi sobrecarregado com impostos. Beregária teria sido injustamente acusada de causar a ruína do reino pelos seus gastos, embora uma grande parte destes impostos fossem investidos na guerra e não na rainha.
D. Valdemar II da Dinamarca |
Beregária faleceu no parto, a 27 de março de 1221. Foi enterrada em Ringsted.
Madeixas de Berengária conservadas na Igreja de St. Bendt em Ringsted |
D. Leonor
D. Leonor, Rainha de Dinamarca |
Filha de D. Afonso II e de D. Urraca de Castela.
Casou-se com Valdemar, o Jovem, filho mais velho de Valdemar II e seu co-regente, tornando D. Leonor rainha consorte daquele reino, o casamento foi em 1229.
Faleceu no parto em 1231, cujo o bebé não sobreviveu, não dando descendentes.
D. Isabel
D. Isabel, Imperatriz Romano-Germânica |
Filha de D. Manuel I e de D. Maria.
Tinha cabelos loiros arruivados e olhos claros, D. Isabel foi conhecida como "a mulher mais bela do seu tempo". Era uma mulher muito culta, tinha uma vasta e completa biblioteca, composta por obras de cariz espiritual, destinadas à oração e ao enriquecimento pessoal, bem como obras mais mundanas que eram do gosto de D. Isabel, nomeadamente sobre cavalaria.
O seu casamento foi negociado pelo seu pai, que morreu antes de o concluir. A 6 de outubro de 1525 firmou-se em Torres Novas o contrato. A noiva levou um dote de 900 mil cruzados portugueses ou dobras castelhanas.
Casou-se em Almeirim por procuração, a 1 de novembro de 1525, com o seu primo Carlos, representado pelo embaixador Carlos Popeto e partiu em janeiro de 1526 rumo a Elvas com grande e rica comitiva.
O casamento com D. Carlos V terá sido um casamento feliz, já que os noivos se apaixonaram e se isolaram do mundo prolongando uma lua-de-mel que não parecia querer acabar.
Deste casamento nasceram cinco filhos e um bebé nasceu morto.
Carlos V, Imperador Romano-Germânico |
Morreria a 1 de maio de 1539. O seu marido sofreu muito com a sua morte, o homem mais poderoso da época não teve coragem de participar no seu cortejo fúnebre, tendo se recolhido num mosteiro, onde ficou horas a sofrer e a contemplar o retrato da sua mulher. Nunca mais voltaria a casar-se e passaria o resto da sua vida a vestir apenas a cor negra, demonstrando o seu eterno luto.
D. Isabel foi sepultada em Granada, em Espanha.
D. Catarina de Bragança
D. Catarina de Bragança, Rainha de Inglaterra |
Filha de D. João IV e de D. Luísa de Gusmão.
Dois anos depois de subir ao trono, D. João IV quis fortalecer a soberania e a independência, para isso procurava alianças, uma forma de o fazer era o de casar os filhos com príncipes e princesas estrangeiros. D. Catarina não tinha sequer oito anos e já se tinha ideias de casamento com D. João d'Áustria, ou com o Duque de Beaufort, mas as negociações ficaram sem resultado.
Foi mais tarde escolhido o seu futuro marido, que seria D. Carlos II de Inglaterra.
A 18 de agosto de 1661 a rainha declarou o contrato nupcial aprovado pelo Conselho de Estado. Seguiu-se um contrato de paz.
A 28 de abril de 1662 recebeu-se em Lisboa a notícia da realização do contrato, e pouco depois chegou a armada inglesa, que devia conduzir a nova rainha.
A armada chegou a Portsmouth a 14 de maio de 1662 e ali a esperava o Duque de York, irmão de D. Carlos II. A rainha, encontrava-se um pouco indisposta e ficou alguns dias na cidade.
Depois da sua chegada casou-se em duas cerimónias, uma católica em segredo e uma anglicana em público, no dia 21 de maio.
D. Carlos II de Espanha |
Nunca deu à luz, apesar de ter estado grávida várias vezes, a última das quais em 1669. A sua posição era difícil já que o seu marido continuava a ter filhos com as suas amantes, mas insistia em que ela fosse tratada com respeito e recusou-se divorciar.
Quando ficou viúva a 16 de fevereiro de 1685, D. Catarina permaneceu em Inglaterra durante o reinado do cunhado, D. Jaime II, e regressou a Portugal no reinado conjunto de Guilherme III e D. Maria II, depois da Revolução Gloriosa, instalando-se no Palácio da Bemposta.
Faleceu em Lisboa a 31 de dezembro de 1705, foi sepultada no Convento de Belém ou na Igreja dos Jerónimos, o seu corpo foi transladado para o Panteão dos Braganças em São Vicente de Fora.
D. Maria Isabel
D. Maria Isabel, Rainha de Espanha |
Nascida em Queluz, a 19 de maio de 1797.
Filha de D. João VI e de D. Carlota Joaquina.
Tinha apenas 10 anos quando o exército francês do Imperador Napoleão Bonaparte invadiu Portugal e toda a família real portuguesa fugiu de Lisboa. A corte mudou-se para o Rio de Janeiro, então capitão do Brasil, a maior e mais rica colónia de Portugal.
Casou-se a 29 de setembro de 1816, em Madrid, com D. Fernando VII da Espanha. Este casamento tinha como objetivo reforçar as relações entre Espanha e França.
Deste casamento nasceram duas filhas.
D. Fernando VII de Espanha |
Ainda hoje D. Maria Isabel é recordada como "a rainha que morreu duas vezes". O seu corpo encontra-se sepultado no Mosteiro do Escorial, perto de Madrid.
D. Maria Isabel destacou-se pela sua cultura e gosto pela arte. Foi dela que partiu a iniciativa de reunir obras de arte dos monarcas espanhóis para criar um museu real, o que viria a ser o Museu do Prado, inaugurado a 19 de novembro de 1819, um ano após a sua morte.
MZ
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