William I, o Conquistador, Rei da Inglaterra Fonte: Familypedia |
William I, conhecido como o Conquistador, foi o Duque da Normandia e Rei da Inglaterra de 1035 até à sua morte em 1087.
O seu reinado ficou marcado, principalmente, por várias lutas contra o seu próprio povo e o seu filho primogénito.
Assumiu os títulos do seu pai na Normandia aos 8 anos de idade, teve que lidar com várias revoltas do povo, que estavam infelizes com o seu novo governante. Como forma de controlar a situação, mandou incendiar as aldeias, matando milhares de pessoas e levando os sobreviventes à extrema pobreza.
O povo mal tinha o que comer, mas o rei passou a entregar-se cada vez mais à comida, com enormes banquetes diários, que continham os melhores alimentos, isto fez com que o monarca atingisse um tamanho impressionante.
A sua enorme gula foi um dos principais motivos para a sua morte. Durante uma luta contra o seu filho, em 1087, o rei acabou sendo atingido gravemente no seu abdómen pela sela do seu cavalo, após este empinar.
Os médicos passaram seis semanas a tentar realizar uma cirurgia para que o rei fosse salvo, mas, novamente, devido ao seu excesso de peso, não conseguiram seguir em frente. Então, William faleceu a 9 de setembro de 1087, em Rouen, na França.
Então iniciou-se uma longa viagem até ser finalmente sepultado. Por não ser amado pelo seu povo, assim que se soube da sua morte, todos os seus serviçais o abandonaram, deixando o rei sozinho sem ninguém que pudesse organizar o seu enterro.
Então o seu corpo ficou durante um curto período de tempo num centro médico na cidade onde morreu, até que um cavaleiro viajante e o clero de Rouen decidiram assumir a tarefa de enterrar William.
Devido à demora, boa parte do seu corpo já se encontrava em decomposição, no entanto, isto não impediu que o seu enterro seguisse em frente.
O plano era realizar o sepultamento do rei numa igreja na cidade de Caen, a 112 km, enviando o seu corpo através de um barco pelo rio Sena, já que era a única rota disponível na altura.
Ao chegar a Caen, o corpo já se encontrava mais inchado do que o normal, problema causado por bactérias acumuladas no seu intestino ferido, enchendo o corpo do rei com um gás podre.
Durante o seu funeral, que contou com a presença do seu filho mais novo, Henrique I e bispos e abades da Normandia, um homem invadiu a cerimónia afirmando que a igreja tinha sido construída ilegalmente no seu terreno. Após algumas análises foi comprovado de que ele realmente estava a dizer a verdade e acabou por ser compensado pelo acontecido.
Mas este não foi o único acontecimento bizarro a acontecer durante o enterro de William I. Como já tinham passado várias semanas desde a sua morte, a cidade sofria com fortes ondas de calor devido às queimadas que aconteciam na região, o intestino do rei acabou por inchar cada vez mais.
Ao tentarem colocar o corpo na sepultura, os coveiros perceberam que o corpo estava muito maior do que o buraco no chão, e não percebiam a razão para que isso tivesse acontecido.
A solução encontrada foi apertá-lo na cova até que, surpreendentemente, o corpo rebentou espalhando órgãos podres em todos os presentes e deixando a igreja com um cheiro forte de carne em decomposição.
O funeral, então, terminou às pressas para que todos pudessem sair rapidamente do local.
Na época, a população local considerou o desastre do enterro e os maus tratos com o corpo de William simplesmente como Karma. Devido ao comportamento cruel e antipático do rei durante a sua vida, o seu final vergonhoso tinha sido digno para compensar as tristezas causadas ao seu povo.
O monge e cronista Orderic Vitalis escreveu "História Ecclesiastica", onde contava a história da famosa "explosão" do rei. Escreveu: "as entranhas inchadas estouraram e um cheiro insuportável invadiu as narinas dos espectadores e de toda a multidão".
Mas para a historiadora da Universidade de Glasgow, Miriam Bibby, esta história tem mais exagero do que verdade histórica. É claro que o corpo do rei pode, de facto, ter deixado um cheiro horrível na igreja, por ter demorado a ser enterrado. É possível, ainda, que as consequências do intestino ferido tenham sido drásticas. Mas a ideia de uma "explosão" parece um recurso de exagero usado no texto que descreve o acontecimento.
Segundo Miriam, é preciso ter em conta que os cronistas, responsáveis pela divulgação da notícia, eram como os jornalistas do passado. O que eles queriam era uma boa história que chamasse a atenção do público.
Fonte: Aventuras na História
Sem comentários:
Enviar um comentário