As bruxas de Salem inspiram várias histórias, músicas e filmes.
Por volta de 1300, a "bruxaria" começou a ganhar terreno na Europa, muitos cristãos e outros crentes defendiam que o diabo conseguia dar poderes a certas pessoas, permitindo-lhes lançar feitiços contra outros e amaldiçoar quem as rodeava.
Numa Europa profundamente devota e temente a Deus, a ideia de certas mulheres serem possuídas pelo Diabo e andarem a espalhar o mal era totalmente inconcebível. Daí que, à mínima suspeita de envolvimento em atos de bruxaria, a condenação à morte era o mais comum.
A história das bruxas de Salem surge quando a perseguição às bruxas começa a desaparecer na Europa (1692), mas as circunstâncias da altura levaram a que o fenómeno da bruxaria ganhasse força nesta região.
Com a Guerra do rei William (as batalhas que foram travadas na América durante a Guerra dos Nove Anos), muitas zonas foram devastadas e milhares de pessoas foram obrigadas a deixar as suas casas e a refugiarem-se noutras regiões: uma delas foi a vila de Salem, na baía de Massachusetts.
A vinda destes refugiados gerou um clima de desconfiança em Salem – as famílias da terra, que viviam da economia gerada pela baía, não queriam ver-se envolvidas com os que tinham acabado de chegar, que se dedicava principalmente à agricultura.
Para além disso, a nomeação do reverendo Samuel Parris, em 1689, como ministro puritano de Salem, gerou alguma controvérsia – muitos não gostavam do reverendo, descrevendo-o como uma pessoa rígida e avarenta.
Samuel Parris |
O que não estavam à espera era que a ‘maldição’ surgisse precisamente no seio da Igreja. Em janeiro de 1692, a filha do reverendo Parris, Elizabeth, de 9 anos, e a sua sobrinha, Abigail, de 11, começaram a exibir comportamentos esquisitos. Gritavam, atiravam com vários objetos, faziam sons esquisitos e contorciam-se de uma forma peculiar.
O médico daquela região não teve dúvidas, tratava-se de algo sobrenatural. Entretanto, outra menina de 11 anos, chamada Ann Putnam, começou a exibir sintomas semelhantes.
Pressionadas pelos magistrados Jonathan Corwin e John Hathorne, as três raparigas acabaram por apontar o dedo às pessoas que, alegadamente, as tinham enfeitiçado: Tituba, a escrava afro-caribenha do reverendo Parris, Sarah Good, uma mulher sem-abrigo, e Sarah Osborne, uma idosa que vivia na pobreza.
Tituba |
Durante o interrogatório, descreveu as imagens de cães negros, gatos encarnados, pássaros amarelos e um homem negro, “que queria que eu assinasse o seu livro”.
A escrava disse que existiam outras bruxas "à solta", que tinham como objetivo destruir os puritanos. As três mulheres acabaram por ser detidas.
MZ
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