O português deriva da língua românica - latim, que deu origem às conhecidas línguas latinas, como o italiano e o francês.
O latim era a língua oficial do antigo Império Romano e possuía duas formas - o latim clássico, que era usado pelas pessoas cultas e pela classe dominante (poetas, filósofos, senadores, etc.) e o latim vulgar, que era a língua utilizada pelas pessoas do povo.
O português vem do latim vulgar, que foi introduzido na Península Ibérica pelos conquistadores romanos.
O domínio cultural e político dos romanos na Península Ibérica impôs a sua língua, que, entretanto, se misturou com os substratos linguísticos (línguas locais) lá existentes, dando origem a vários dialetos. Esses dialetos foram, com o tempo, modificando-se, até formarem novas línguas.
Quando os germânicos e depois os árabes, invadiram a Península Ibérica, a língua sofreu algumas alterações, no entanto a língua falada por estes invasores nunca conseguiu se estabelecer totalmente.
Apenas no século XI, quando os cristãos expulsaram os árabes da Península, o galego-português passou a ser falado e escrito na Lusitânia, onde também surgiram dialetos originados pelo contacto do árabe com o latim. O galego-português era uma língua geograficamente limitada a toda a faixa ocidental da Península, correspondendo aos atuais territórios da Galiza e de Portugal.
Por volta do século XIV notaram-se mais os falares do sul, principalmente da região de Lisboa. Assim, as diferenças entre o galego e o português começaram a se acentuar.
A consolidação da autonomia política, seguida da criação do Império Luso tornou o português como língua oficial do país.
A história do português é dividida em três fases:
- Fase proto-histórica: período antes do século XII, quando os textos eram escritos em latim bárbaro;
- Fase do português arcaico: corresponde ao período do século XII ao XVI. Num primeiro período foi quando os textos eram escritos em galego-português e num segundo período deu-se a separação do galego do português;
- Fase do português moderno: começa no séc. XVI, quando finalmente a língua portuguesa começa a se uniformizar, deixando várias variações de lado.
A época dos Descobrimentos no século XV ampliaram os domínios de Portugal e levaram a Língua Portuguesa às novas terras em África, Ásia, Oceânia e América.
Nestes locais, apesar das variações, diferentes pronúncias e inclusões de características do lugar, mantêm uma ligação com o português de Portugal.
O Português Moderno inicia-se a partir do século XVI, quando a língua se uniformiza, adquirindo as características do português atual. A literatura renascentista portuguesa, nomeadamente feita por Camões, desempenhou um papel fundamental nesse processo de uniformização.
Em 1536, o padre Fernão de Oliveira publicou a primeira gramática de Língua Portuguesa, a "Grammatica de Lingoagem Portuguesa". O seu estilo baseava-se no conceito clássico de gramática, entendida como "arte de falar e escrever corretamente".
Grammatica de Lingoagem Portuguesa |
PORTUGUÊS CONTEMPORÂNEO
O português é uma língua viva, ou seja está sempre a sofrer alterações, sendo influenciada por vários aspetos desde sócio-políticos até à modificação natural que algumas palavras sofrem pelos seus falantes.
A mais recente alteração ao português foi o acordo ortográfico que entrou em vigor em janeiro de 2009, com a intenção de unificar a língua portuguesa nos nove países em que é língua oficial. No entanto, esta não foi a primeira tentativa de unificação, desde o início do século XX, procura-se estabelecer um modelo de ortografia que possa ser usado como referência nas publicações oficiais e no ensino.
Outros fatores importantes que influenciam a constante transformação da língua portuguesa são: os estrangeirismos, neologismos e gírias, a influência da Internet na linguagem e a variação linguística.
Ilustração cómica de exemplos de estrangeirismos utilizados em substituição de expressões nacionais Fonte: Swett Stuff |
MZ
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