segunda-feira, 15 de abril de 2019

Doces Tradicionais Portugueses


No post de hoje vou referir alguns pratos tradicionais portugueses doces.

Já publiquei outro post com os pratos tradicionais portugueses salgados: https://imagenschistoria.blogspot.com/2019/04/pratos-tradicionais-portugueses-salgados.html

Areias de Sintra
São tradicionais de Sintra.
São uns bolinhos simples, relativamente húmido polvilhados com muito açúcar. Na massa dos bolinhos usa-se farinha, manteiga, açúcar e sal.
Areias de Sintra

Bolo de Sertã
É uma receita tradicional dos Açores e o seu nome vem do recipiente onde é cozinhado. A sertã é uma espécie de frigideira de barro não vidrado que pode aquecer em qualquer superfície.
É feito à base de farinha de milho e de trigo.
Bolo de Sertã

Bolo Micaelense
É um bolo oriundo do receituário do Convento de Nossa Senhora da Esperança, em Ponta Delgada, São Miguel, nos Açores.
O bolo tem uma massa simples, de farinha, ovos, açúcar e baunilha, que depois de cozido é retirado o miolo e recheado com açúcar, gemas e amêndoas, depois é coberto com chocolate e amêndoas.
Bolo Micaelense

Brisa de Lis
É um doce conventual típico de Leiria, remonta ao antigo Convento de Santana.
É um doce feito à base de ovos, açúcar e amêndoa.
Brisa de Lis

Camafeus
O nome deste doce tem a sua origem nos antigos acessórios femininos que se usavam ao peito, ovalados e com a representação de um rosto feminino, originários da Ilha Terceira.
É um doce feito a partir de calda de açúcar, nozes raladas e ovos, engrossado ao fogo para ser, posteriormente, moldado no tamanho de uma noz, coberto com glace e enfeitado com metade de uma noz.
Camafeus

Clarinhas de Fão
São oriundos de Esposende, mais propriamente do Convento do Menino de Jesus de Barcelos.
São pastéis recheados com abóbora chila batida com gemas de ovos.
Clarinhas de Fão

Cornucópias
A origem deste doce conventual vem da cornucópia, um vaso que possui uma forma de corno e no seu interior está repleto de frutos e flores, o que, antigamente, queria simbolizar a fartura, a abundância. É um doce de origem nos Açores que foram criadas por mãos de freiras.
A massa é feita com pão ralado, amêndoa ralada, banha, ovos, farinha, manteiga e açúcar e tem um recheio de ovos-moles.
Cornucópias

Frutos de Amêndoa
Estes frutos são vendidos em todo o Algarve, a sua história e fama estão muito ligadas a uma antiga pastelaria algarvia, e muito especialmente aos seus proprietários. Assim, embora a pastelaria só tenha aberto portas ao público há cerca de 70 anos, a primitiva proprietária já era conhecida como doceira famosa muito antes desta data. Em 1918, os doces já são referidos.
É uma massa de amêndoa recheada com fios de ovos.
Frutos de Amêndoa

Ovos Moles de Aveiro
A história dos Ovos Moles terá tido origem no Convento de Jesus de Aveiro. Enquanto as claras dos ovos eram usadas para tarefas domésticas, como engomar a roupa, as gemas não tinham uso até que lhes juntaram açúcar. As freiras do convento rapidamente criaram um doce de ovos que, mais tarde, resultaria nos Ovos Moles de Aveiro.
O doce de ovos moles é o recheio de uma hóstia (obreia), em formas que remetem para a cidade de Aveiro e à sua tradição piscatória e proximidade com o mar. Também se vende apenas o recheio em barricas pintadas à mão.
Ovos Moles de Aveiro

Pão de Ló 
Existem várias versões em Portugal, que são:

- De Alfeizerão: Esta localidade é conhecida pelo seu pão de ló. Em 1932, o jornal "Ecos do Alcoa" dava-lhe o nome de "Pão de Ló da Tia Amália". Diz-se que a receita pertencia às freiras do Convento de Coz e que tinha sido transmitido a senhoras da terra que o confeccionavam em dias de festa. Um dia o Rei D. Carlos fez uma visita a Alfeizerão sendo presenteado com esta iguaria. Mas tamanho era o desejo de o bem servir que a cozedura do pão de ló ficou incompleta. Ao contrário do esperado, o resultado foi um enorme sucesso que mereceu a preferência do Rei e o aplauso dos presentes, foi assim que nasceu o Pão de Ló de Alfeizerão.
Pão de ló de Alfeizerão
- De Arouca: Mais propriamente da freguesia de Burgo é vendido desde 1840. Pensa-se que tenha surgido no Convento de Arouca. Mas descendentes da família Teixeira Pinto, que em 1840 começaram a comercializar o pão de ló, afirmam que esta receita não tem raiz conventual. É facilmente distinguido de outros pães de ló pela sua forma retangular, comercializado às fatias e envolvido numa calda de açúcar.
Pão de ló de Arouca
- De Ovar: Tem a forma de uma broa e é feito de uma massa leve e fofa. Na parte superior a côdea é muito fina e húmida com uma cor acastanhada. À sua volta tem uma orla de massa cremosa com a cor amarela. Tradicionalmente é envolvido em papel de linho branco. Pouco se sabe sobre as suas origens, sabendo-se apenas que tem origem conventual.
Pão de ló de Ovar
A receita base do pão de ló é farinha, açúcar e ovos, podendo levar essência de baunilha ou raspas e/ou de algum citrino.

Pastel de Feijão
É um doce confecionado em Torres Vedras desde os finais do séc. XIX.
A receita pode variar consoante o fabricante, mas tem como ingredientes base a amêndoa e o feijão branco cozido.
Pastel de Feijão

Pastel de Nata ou Pastel de Belém
Em 1837, em Belém, próximo do Mosteiro dos Jerónimos, numa tentativa de subsistência, os clérigos do mosteiro puseram à venda uns pastéis de nata. Nessa época, Belém e Lisboa eram duas localidades diferentes com acesso assegurado por barcos a vapor. Na sequência da revolução liberal de 1820, em 1834, o mosteiro fechou. O pasteleiro do convento decidiu vender a receita ao empresário português vindo do Brasil, Domingos Rafael Alves, continuando até hoje na posse dos seus descendentes.
A receita original é da Fábrica dos Pastéis de Belém, em Lisboa. Aí, tradicionalmente, os pasteís de Belém comem-se ainda quentes, polvilhados com canela e açúcar em pó.
Pastel de Nata ou Pastel de Belém

Pudim Abade de Priscos
É uma receita típica de Braga, sendo uma das poucas receitas que o abade de Priscos transmitiu para o público. O pudim ficou conhecido quando Pereira Júnior, diretor do Magistério Primário feminino de Braga no antigo Convento dos Congregados, pediu ao Abade de Priscos receitas para ensinar no magistério.
O pudim é confecionado num tacho de latão ou cobre onde é colocada a água, depois coloca-se o açúcar, casca de limão, pau de canela e toucinho (de preferência de Chaves ou de Melgaço). Depois acrescenta-se gemas e um cálice de vinho do Porto (de preferência Tawny).
Pudim de Abade de Priscos

Pudim de Coalhada
É uma receita da Ilha Graciosa, nos Açores.
Leva leite, coalho em pó, farinha de rolão, açúcar, manteiga, ovos, canela, pão ralado e caramelo.
Pudim de Coalhada

Pudim de Maracujá
É uma receita originária da Ilha da Madeira por ser uma das frutas mais conhecidas da ilha.
A receita leva leite, natas, leite condensado, polpa de maracujá e folhas de gelatina.
Pudim de Maracujá

Pudim de Queijo da Ilha
O Queijo da Ilha é produzido na Ilha de São Jorge, nos Açores. Trata-se de um queijo curado, de tonalidade amarela e consistência dura.
O pudim é feito à base do Queijo da Ilha, ovos e açúcar, sobressaindo o sabor intenso a queijo. Leva ainda farinha de trigo, iogurtes naturais e manteiga.
Pudim de Queijo da Ilha

Queijadas da Graciosa
São um doce tradicional da Ilha Graciosa, nos Açores. Há 25 anos, as Queijadas da Graciosa recebiam o nome de "Covilhete de Leite" ou "Queijada da Praia", sendo um produto exclusivo da Graciosa, pois era um doce de especialidade exclusiva das donas de casa e admirado por todos da localidade. No entanto, o doce teve maior referência após Maria de Jesus Félix abrir uma fábrica específica de queijadas, que teve um crescimento ao longo dos anos e tornou-se um símbolo da ilha.
Têm uma forma de estrela, possuem um sabor delicado, com uma massa exterior fina e estaladiça e o seu recheio é de ovos e leite, podendo encontrar também o sabor de canela.
Queijadas da Graciosa

Queijadas de Évora
A receita vem da doçaria conventual e o recheio leva uma quantidade considerável de gemas, sem incluir claras.
Para a massa usa-se sal, água tépida, farinha de trigo e manteiga. Para o recheio leva farinha de trigo, cerca de 14 gemas, queijos frescos de ovelha, açúcar e manteiga
Queijadas de Évora

Queijadas de Sintra
As primeiras referências ás queijadas datam do séc. XIII e, segundo os arquivos da Torre do Tombo, na época serviam como pagamento de foros. Sintra possuía excelentes pastagens e excesso de queijo fresco, sendo este usado no fabrico deste doce. A receita terá sido criada no Convento da Penha Longa, em Linhó. No entanto, a receita de então é diferente da atual, pois naquela época não se conhecia o açúcar e a canela. Em meados do séc. XVIII, uma senhora de Ranholas, de nome Maria Sapa, industrializou o fabrico caseiro deste doce tradicional, dando-lhe grande projeção.
São feitas com um recheio à base de queijo fresco, açúcar, ovos, farinha e canela, envolvido numa massa crocante e estaladiça.
Queijadas de Sintra

Salame de Chocolate
É um doce tradicional da culinária portuguesa, mas também da cozinha italiana.
É confecionado com chocolate, bolachas, manteiga, ovos e por vezes vinho do Porto.
Salame de Chocolate

Sericaia ou Sericá
Há quem diga que esta receita é oriunda da Índia ou do Brasil, o que se sabe ao certo é que esta receita foi implementada no Alentejo pelas mãos habilidosas das freiras do convento de Elvas e de Vila Viçosa, reclamando ambos para si os direitos da sua importação. Umas deram-lhe o nome de Sericaia e outras de Sericá, sendo que a tradição está mais ligada a Elvas, onde o doce é decorado com as famosas ameixas da região.
Para a confeção desta receita usa-se limão, leite, canela, sal, ovos, farinha de trigo e açúcar.
Sericaia ou Sericá

Tarte de Amêndoa
A Tarde de Amêndoa tem origem no Algarve.
Para a massa usa-se farinha, manteiga, açúcar e ovos. Para o recheio usa-se açúcar, manteiga, amêndoas e leite.
Tarte de Amêndoa

Toucinho do Céu
A receita original terá sido criada pelas mojas beneditinas de Murça e, daí, ter-se-á difundido pelos diversos conventos femininos, sofrendo sempre alguma adaptação conforme a região e os ingredientes ali disponíveis. O nome da receita vem dos tempos em que a receita era feita com banha de porco.
A receita de Toucinho do Céu de Amarante é uma das mais simples, mas a base a receita é sempre a mesma: ovos, açúcar e amêndoa.
Toucinho do Céu

Torta de Azeitão
São umas tortas típicas de localidade de Azeitão, em Setúbal. A origem da torta remonta ao final do séc. XIX e começa pelas mãos de Manuel Rodrigues, mais conhecido como "o Cego". Casado com uma fada da cozinha e pai de uma talentosa doceira. A pastelaria O Cego, em Azeitão, comercializa as originais tortas desde 1901.
Para a massa usa-se ovos, açúcar, maisena e canela em pó e para o recheio água, açúcar e gemas.
Torta de Azeitão

Travesseiro de Sintra
Os Travesseiros de Sintra podem ser encontrados numa antiga padaria de Sintra que, mais tarde, viria a ser conhecida por Piriquita. Esta pequena fábrica foi fundada em 1862, lá trabalhavam Amaro dos Santos, padeiro de profissão e a sua mulher Constância Gomes. Foi o Rei D. Carlos que encorajou o casal a confecionarem as famosas Queijadas de Sintra. O nome Piriquita vem da alcunha que o Rei deu a Constância Gomes, pela sua baixa estatura.
Os travesseiros surgiram na década de 40, quando a filha dos fundadores, Constância Luísa Cunha, desenvolveu um pastel recheado com doce de ocos e com um toque amendoado, mas com o segredo tão bem guardado que apenas a família direta tem acesso à receita do recheio.
É um bolo à base de massa folhada, creme de ovo e amêndoas e tem um ingrediente secreto que o torna apetecível.
Travesseiro de Sintra

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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