terça-feira, 16 de abril de 2019

Incêndios que destruíram a História

Depois do trágico incêndio que aconteceu na Catedral Notre Dame, ontem dia 15 de abril, neste post falarei de outros momentos em que incêndios destruíram a História.

- Museu Nacional do Rio de Janeiro

Não foi há muito tempo, há pouco mais de seis meses que um incêndio destruiu este museu e também aqui no blog falamos sobre o assunto: https://imagenschistoria.blogspot.com/2018/09/incendio-que-matou-historia-no-brasil.html

Foi na noite de 2 de setembro de 2018, que um incêndio destruiu este museu causado por um curto-circuito num aparelho de ar condicionado.

Era considerado o maior museu de história natural e antropologia da América Latina com mais de 20 milhões de peças.

Museu Nacional do Rio de Janeiro

- Catedral de Turim

Na noite de 11 para 12 de abril de 1997, a Catedral de São João Batista e o Palácio Real de Turim, na Itália, foram devastados por um incêndio.

Um bombeiro conseguiu salvar o Santo Sudário, uma das relíquias veneradas pelos católicos, tendo destruído com um martelo o vidro à prova de bala em que se encontrava. Trata-se do manto em que se acredita que Jesus Cristo foi envolvido depois de ter sido crucificado.

Assim como a Catedral  Notre Dame, a Catedral de Turim, estava a ser restaurado. Nesse dia tinha acontecido um jantar com vários dignitários da cidade de Turim com o então secretário-geral da ONU Kofi Annan, no Palácio Real.

A capela Guarini, que abrigava o Sudário, ficou totalmente destruída durante o incêndio. A capela foi uma encomenda feita pelo duque Carlos Manuel I de Saboia a Carlos de Castellamonte para manter conservado o Sudário, então o maior tesouro da Casa de Saboia.

O projeto da capela foi posteriormente herdado por Amedeo de Castellamonte, filho de Carlos, e depois pelo suíço Bernardino Quadri. Só, em 1667, a construção foi confiada ao arquiteto Guarino Guarini, que depois de deixar Paris, se estabeleceu na então capital da Saboia.

Uma das principais obras da arquitetura barroca, a capela Guarini da catedral de Turim voltou a abrir ao público, recuperada, a 27 de setembro de 2018, ou seja, 21 anos depois de ter ardido.
Catedral de Turim

- Biblioteca de Alexandria

Foi construída durante o período helénico, em Alexandria, no Egito. Foi patrocinada por Ptolemeu II, que, sendo um apreciador da filosofia grega, apoiou a criação de diversas escolas sediadas na Biblioteca, além de museus e coleções permanentes.

Esta biblioteca foi uma das mais célebres bibliotecas da história e um dos maiores centros de saber da Antiguidade, divulgando o saber grego clássico para o Oriente.

Teria entre 400 mil a 700 mil livros.

A sua destruição é um acontecimento que divide os historiadores. Uma versão dá ao fogo origem acidental atribuído aos árabes durante toda a era medieval.

Outra das versões conta que Júlio César, passando por Alexandria ao perseguir o seu rival Pompeu, não só foi presenteado com a cabeça do seu inimigo, mas também com o amor de Cleópatra. Envolvido pela paixão, toma o trono pela força, entrega-o à Rainha e aniquila todos os tutores do antigo rei, com exceção de um, que foge. Determinado a não deixar sobreviventes, manda incendiar todos os navios, incluindo os seus, para que ele não pudesse escapar por mar. O fogo teria ganho proporções e atingido uma parte da biblioteca.

O governo do Egito, no tempo de Hosni Mubarak, construiu uma nova biblioteca em Alexandria, em 2002, perto do local da antiga. Custou 65 milhões de dólares. Além de livros, tem, igualmente, museus, auditórios, laboratórios e planetário. Possui a maior coleção de livros de África.

Também esta nova biblioteca sofreu um incêndio, em 2003, devido a um curto-circuito. As chamas fora extintas depois de 45 minutos, 40 pessoas foram feridas.
Ilustração da Biblioteca de Alexandria

- Museu da Língua Portuguesa em São Paulo

Este museu sofreu um incêndio a 21 de dezembro de 2015, uma segunda-feira que estava fechado ao público. Ficou tudo em cinzas.

Um bombeiro morreu ao abrir uma porta enquanto o edifício estava a pegar fogo.

Tinha sido inaugurado em março de 2006 e era um dos museus mais visitados do Brasil e da América do Sul, tendo sido o primeiro do mundo dedicado exclusivamente à língua portuguesa.

Atualmente, a estrutura ainda está a ser reconstruída e a previsão é que fique pronta até ao final deste ano.
Museu da Língua Portuguesa

- Ópera de Veneza

O Teatro La Fenice (PT: "A Fénix") é o principal teatro lírico de Veneza, na Itália. Já foi destruído duas vezes pelas chamas e reconstruído. E tem o seu nome em consequência desses dois acontecimentos.

Este teatro inaugurado a 16 de maio de 1792, sofreu o seu primeiro incêndio a 13 de dezembro de 1836, tendo sido reconstruído logo de seguida, seguindo o mesmo projeto.

A segunda vez foi a 29 de janeiro de 1996, quando o teatro ficou totalmente destruído num incêndio que foi provocado. Os autores do crime foram dois eletricistas que tentaram, por essa via, evitar punições contratuais por atrasos ao serviço que lhes tinha sido encomendado.

Em 2001, os dois foram condenados. Enrico Carella, dono da empresa, levou sete anos de prisão e Massimiliano Marcheti levou seis anos.

Voltou a ser inaugurado a 14 de dezembro de 2003, com um concerto dirigido por Ricardo Muti.
Ópera de Veneza

- Castelo de Windsor

Mandado construir pelo rei Guilherme I, no séc. XI. Foi uma das residências oficiais da realeza britânica, além de maior, é o castelo habitado mais antigo da Europa.

A 20 de novembro de 1992, toda a parte nordeste do castelo de Windsor, residência real no oeste de Londres, foi destruída por um incêndio.

As chamas, que por pouco não atingiram os apartamentos privados da Rainha Isabel II, começaram numa capela. Um projetor que foi deixado demasiado perto dos cortinados sobreaqueceu e incendiou o tecido de uma das cortinas.

Depois de cinco anos de obras de restauro, o castelo reabriu ao público em 1997.

Em 2018, este castelo foi palco do casamento do príncipe Harry com a atriz Meghan Markle.
Castelo de Windsor

- Biblioteca de Sarajevo

Em plena guerra da Bósnia, a 25 de agosto de 1992 os sérvios bósnios incendeiam a biblioteca nacional da Bósnia. Esta tinha sido construída em 1896.

Apenas 300 mil livros foram salvos, no total a biblioteca contava com meio milhão de obras.

As obras de restauro começaram em 1996, já depois dos acordos de Dayton, que puseram fim à guerra, tendo sido, e parte, financiada pela União Europeia.

Foi novamente inaugurada em 2014.
Biblioteca de Sarajevo

- Reichstag

Este é o edifício que abriga o parlamento alemão (Bundestag), é uma das atrações mais visitadas da capital alemã, Berlim.

Foi um projeto de Paul Wallot e inaugurado em 1894, com um estilo neo-renascentista.

Na madrugada do dia 27 para 28 de fevereiro de 1933, quatro semanas após Adolf Hitler ter sido nomeado chanceler, o prédio pegou fogo em circunstâncias misteriosas que nunca foram totalmente esclarecidas.

O fogo destruiu a sala do plenário e a cúpula do Reichstag. Este incêndio foi usado como pretexto pelos nazis para iniciar a perseguição aos seus opositores.

Extremamente danificado pelo incêndio e durante a Segunda Guerra Mundial, o prédio foi restaurado entre 1961 e 1971, mas o desenho foi simplificado. O prédio foi restaurado sem a cúpula, que foi destruída a 22 de novembro de 1954, para evitar danos maiores ao edifício.

Após a reunificação da Alemanha, com o regresso do Parlamento de Bona para Berlim deu-se uma nova restauração. Esta começou em 1995 e concluída em 1999.
Reichstag

Fonte: Diário de Notícias


MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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